Chegou ontem, corre apressado, ansioso por atingir a meta final, receando talvez que o calor, as gargalhadas, os banhos de mar e os dias longos nos deixem demasiado felizes, como se fosse preciso dosear a alegria e o prazer, não fossem estes colocar-nos num êxtase permanente que nos tolda os sentidos.
Julho está quase no fim.
Quase não vi com que cores se vestia este ano.
O vento levou-me as tílias sem deixar-me cheirar as giestas, as mimosas e os campos de milho.
Cabe numa mão o número de ondas que o mar me deixou trespassar.
Faltei religiosamente a todos os concertos nocturnos da orquestra de grilos e rãs.
Ainda não vesti o chão de erva com a toalha aos quadrados nem escorreguei nas pedras lisas das águas de Segirei.
Vai com calma, não te apresses, se me deres algum tempo agora, eu prometo que te deixo descansar no inverno.